quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Comentário de Chico Bruno: Lei seca não resolve

No dia em que a MP 415, aquela que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas rodovias federais, foi publicada no DOU, escrevi sobre as dificuldades de sua fiscalização e, ainda, sobre o problema criado nas cidades em que as BRs se transformaram em avenidas, como Vitória da Conquista, Feira de Santana, entre outras.

Folgo em saber que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) defendeu medidas mais duras contra motoristas que dirigem embriagados e pediu alterações na MP 415.

- Quem comete o crime (no caso de acidentes automobilísticos causados pelo consumo de álcool), não é o garçom que está servindo uma bebida num restaurante em Gravatá, disse o governador ao repórter Silvio Burle, do Blog de Jamildo.

- O motorista que dirige embriagado é o criminoso. Ele pode acabar com vidas e destruir famílias, concluiu Eduardo.

O governador não ficou na retórica, foi ao encontro do ministro Tarso Genro (Justiça), pedir alterações na MP 415, no sentido de rever a comercialização em áreas urbanas de cidades cortadas por BRs.

Para Campos, é mais eficiente endurecer as penalidades aos motoristas embriagados do que a lei seca funcionar.

Eduardo defende o que é feito nos países desenvolvidos, onde as leis determinam o confisco de carteiras de habilitação, impõe multas no valor dos carros e processam os infratores criminalmente.

O neto de Arraes está coberto de razão.

A lei seca não coíbe a violência nas estradas, pois muitos motoristas já foram flagrados transportando isopores com bebidas alcoólicas, a fiscalização a lei é ineficiente e muita gente já vai para a estrada turbinado pelo álcool que é consumido em chácaras, sítios e em praias.

Além disso, a lei seca é perversa, pois está fechando estabelecimentos comerciais e desempregando milhares de trabalhadores em todo o país.

Em algumas cidades cortadas por rodovias federais, juízes estão concedendo liminares para o pleno funcionamento dos estabelecimentos comerciais, como em Feira de Santana, onde um supermercado, localizado na BR-324, foi beneficiado para continuar comercializando bebidas alcoólicas.

Os burocratas do DF, como sempre, tomam medidas sem conhecer a realidade do país e cometem o mico de fazer uma MP, como a 415, que é uma piada pronta, como diz o jornalista José Simão.

Parabéns ao governador Eduardo Campos pela atitude, que por ter sido o primeiro a enfrentar o problema, deveria liderar um movimento pela revogação da MP e o endurecimento das infrações aos criminosos que ceifam vidas nas estradas brasileiras.

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