Luizinho recebe comissão da Aprosoja para discutir logística
da soja em Rondônia
Entre os entraves para o setor está os problemas envolvendo
o transporte precário pela BR-364 e a falta de alternativa de outros modelos de
transporte
Para fazer um levantamento de toda a logística envolvida na
cadeia da soja, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato
Grosso (Aprosoja), através do Movimento Pró-logísitca, chegou no final da tarde
de quarta-feira (04) a Porto Velho, onde foi recepcionada pelo deputado
estadual Luizinho Goebel (PV).
"A soja está em franca expansão no Cone Sul, região com
uma grande capacidade produtiva, mas os produtores enfrentam inúmeros
problemas, o maior deles é, sem dúvida, as más condições da BR-364, que
dificultam e encarecem o transporte", disse Luizinho.
A comitiva do Mato Grosso saiu de Cuiabá e percorreu outros
municípios do Estado e foi reforçada com produtores rurais de Rondônia. Junto
com o deputado Luizinho, todos se dirigiram até o Porto Organizado de Porto
Velho, onde é escoada a soja, que é levada em balsas até Itacoatiara (AM).
"As péssimas condições de tráfego da BR-364 são os
grandes entraves. Uma carreta que sai de Sapezal (MT) para o porto de Porto
Velho e fazia esse percurso em um dia, agora leva dois ou mais", disse
José Rezende, presidente da Comissão de Logística e Desenvolvimento da
Aprosoja.
Segundo ele, essa demora afeta o custo de transporte.
"Mais tempo na estrada, mais desgaste aos motoristas, mais reparos nos
veículos, mais demora para escoar toda a produção. Isso tudo encarece o frete e
temos um novo problema: em razão das péssimas condições da BR-364, muitos
motoristas têm recusado transportes para Porto Velho", completou.
Para Nadir Comiran, presidente da Aprosoja Rondônia, que foi
criada em setembro do ano passado, o descaso com a BR-364 pode prejudicar o
crescimento de Rondônia, não apenas o transporte da soja. "Estamos
defendendo a melhoria na BR imediata e não pode mais ter uma solução paliativa,
é preciso melhorar com qualidade, para que a cada ano não sejam preciso
reparos. A continuar desse jeito, a economia de Rondônia pode ser seriamente
afetada, em razão das más condições da rodovia", declarou.
Os integrantes da comitiva também manifestaram preocupação
com a estrutura do porto da capital. "Não visitávamos o porto há mais de
uma década e a sua estrutura está exatamente igual, apesar do grande
crescimento produtivo ao longo desses anos", observou.
Para reduzir os custos do transporte, os produtores
destacaram o transporte hidroviário como a saída mais viável. "O modal de
transporte hidroviário é o mais barato, mais limpo e com menos riscos. A
hidrovia do Madeira precisa ser uma realidade", destacou Antônio Galvan,
integrante da comitiva.
Foi a primeira expedição do ano do Estradeiro Aprosoja e o
levantamento das condições da rodovia, do porto e outras informações colhidas
ao longo do trabalho, vão ser reunidas em um relatório e encaminhadas ao
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Ministério dos
Transportes e outros entes públicos.
"É preciso que haja uma mobilização das bancadas de
Rondônia e de Mato Grosso, reforçando essa necessidade de se melhorar a
rodovia, investir no porto e na hidrovia. nosso relatório vai servir de base
para cobramos soluções", acrescentou Rezende.
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