Com uma área de 30.755 quilômetros
quadrados, localizado na região sudoeste do Estado de Rondônia, o Vale do
Guaporé com o término das obras da BR 429, previstas para o final de 2012, está
se transformando numa nova frente de desenvolvimento. Bioma com três
ecossistemas, pantanal, amazônico e cerrado, além de clima, topografia e solo
propícios a agricultura, o Vale do Guaporé, com o apoio do governo estadual
começa se despertar do sonho para realidade.
Para conclusão dos 380 quilômetros de
asfalto da moderna rodovia, de padrão internacional, resta apenas um trecho de 57 quilômetros,
entre os municípios de Seringueiras e São Francisco do Guaporé, assim como o
término das obras de artes, que são drenagens, pontes e bueiros.
Interligando com a BR 364 a partir do município de Presidente Médici,
a 429, vai atender uma região favorável, principalmente a produção de milho,
soja e arroz. Servindo aos municípios de Alvorada do Oeste, São Miguel do
Guaporé, Seringueiras, São Francisco do Guaporé e Costa Marques na divisa com a
Bolívia, as lavouras da chamada de cultura branca ao longo da BR 429 começam a
transformar a imagem da região.
Riqueza
Guardando em seus campos um rebanho bovino de 1.293.601 de
reses nas 9.415 propriedades existentes, com um abate de 151.800 animais por
ano e produção superior a 150 mil litros de leite ao dia, com destaque para o
município de Alvorada do Oeste, o Vale do Guaporé caminha a passos largos para
se tornar um grande celeiro agrícola. Ali, produtores rurais do Sul do país
aumentam a produtividade com o uso de novas tecnologias. Aproveitando a
fertilidade do solo e de olho no mercado externo, começam abrir grandes
lavouras, transformando em realidade o que até há bem pouco tempo era algo
inacreditável.
Gilberto Anacleto, um sulista que acredita no
desenvolvimento da agricultura na região, cultivou no ano passado 120 alqueires
de arroz e colheu 14.500 sacas de 60 quilos. Em 2012, plantou 125 alqueires e
projeta colher 18 mil sacas. Na próxima safra, ele tem planos de cultivar uma
área com milho para diversificar a produção. As margens da 429, até onde a
vista alcança no horizonte, de um lado e de outro as áreas cultivadas vão se
multiplicando.
Nova Opção
Com o apoio do governo do Estado através da secretaria de
Agricultura, para incentivar os produtores de “Cará da Costa” (Inhame), no
melhoramento das mudas deste produto na região foram liberados R$ 100 mil para
Alvorada do Oeste, R$ 50 mil para São Miguel do Guaporé, R$ 50 mil para
Seringueiras e R$ 50 mil para São Francisco do Guaporé. Também foram entregues
pelo governo tratores e implementos às prefeituras e associações rurais para
atender aos pequenos produtores rurais.
O “Cará da Costa” um tubérculo da família da mandioca e
batata, natural da Costa Asiática, com ótima adaptação na região do Vale do
Guaporé, transformou-se numa bela fonte de renda para os pequenos produtores
rurais. Com ciclo curto de seis meses entre plantio e colheita e com mercado
externo assegurado, o produto está revolucionando para melhor a vida dos
agricultores familiares.
Seringueiras e São Francisco do Guaporé são os principais
polos de produtores do “Cará da Costa”. Em Seringueiras, o produtor rural
Alexandre Gomes de Araújo, com especialização na classificação do tubérculo,
formou parceria com a Global Importação e Exportação de horti-fruti, de
Londrina no Paraná, que vai adquirir e exportar para o Canada e Estados Unidos
toda a produção daquela região.
No próximo ano a Global, segundo Alexandre Araújo, abrirá
uma filial em Seringueiras. “A proposta é organizar a produção para ter um
produto de boa qualidade, agregando mais valor e eliminando os atravessadores”,
sintetiza Alexandre.
A colheita de “Cará da Costa” que começa em maio pelos
cálculos de Araújo e do produtor rural, Ronaldo Marcolino Maia, deve render em
torno de cinco mil toneladas gerando para região em torno de R$ 3 milhões. Um
produtor pelo outro colhe entre 10 e 20 toneladas deixando um lucro bruto em
torno de R$ 12 mil. Isso para quem como Ronaldo Marcolino Maia que cultiva uma
área de 1,5 hectare,
é um ótimo negócio.
Neste período de chuvas os frutos do “Cará da Costa” estão
em pleno crescimento, pesando em torno de cinco quilos a unidade. No entanto,
no mês de maio, no forte da colheita, cada tubérculo terá o dobro do peso.
Disputando espaço com o “Cará da Costa” nas pequenas propriedades com
predominância para agricultura familiar, vigora uma vasta produção de abóboras,
melancia, batata doce e mandioca, que servem de alimentação não só para as
pessoas, como ajuda na engorda de suínos e pequenos animais.
Grande evento
Com o apoio dos prefeitos de Seringueiras, Celso Luiz Garda
e de São Francisco do Guaporé Jairo Borges Farias, os secretários municipais de
Agricultura, Pedro de Souza Bispo e Elineusa Splícigo estão organizando um
grande evento para o dia 18 de maio, para o qual convidaram o governador
Confúcio Moura, o secretário de Agricultura Anselmo de Jesus, o superintendente
Federal de Agricultura no Estado e o diretor regional da Embrapa.
O objetivo conforme explica Pedro de Souza Bispo, é mostrar
para as autoridades, o potencial econômico da região, bem como a importância da
agricultura familiar no cultivo do “Cará da Costa”. Serão demonstrados e
oferecidos aos visitantes quitutes e iguarias produzidos com o inhame que
agrada ao paladar do brasileiro e das pessoas de outros países. Fonte: Decom - RO
Nenhum comentário:
Postar um comentário