A Polícia Civil em Vilhena deflagrou, nesta segunda (05/03)
, a operação Gaia I, que visa a combater quadrilha organizada para invasão
armada de terras, na região de Vilhena e Chupinguaia, culminando na prisão do
vereador de Chupinguaia Roberto Ferreira Pinto e do presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Vilhena e Chupinguaia, Udo Whalbrink.
Investigações instauradas pela Polícia Civil dão conta de
que supostos “trabalhadores rurais”, em confronto à ordem constitucional
democrática, vinham buscando métodos guerrilheiros para intimidar proprietários
de fazendas que, respaldados em suas posses por decisões judiciais, tanto da
esfera estadual quanto federal, viam-se obrigados a abandonar suas áreas em
virtude da violência que vinham sofrendo por verdadeiros bandos armados e
encapuzados, culminando, por último, no fato ocorrido no último dia 20/02/2012,
quando foi invadido o imóvel rural denominado Fazenda Dois Pinguis, localizado
no Lote 40, Linha 125, Gleba Corumbiara, Distrito de Chupinguaia/RO, de
propriedade dos irmãos Moacir de Araújo Caramello e Jones Caramello.
Esse esbulho aconteceu de forma violenta, visto que cerca de
30(Trinta) pessoas encapuzadas chegaram efetuando disparos de armas de fogo
contra os proprietários da área e três funcionários, quando as vítimas estavam
em frente à porteira da fazenda. Um dos funcionários foi atingido no ombro
pelos disparos e foi ferido gravemente, dessa forma teve que se esconder na
mata por dois dias, até ser resgatado em estado grave por policiais que faziam
busca na região. Outro funcionário, de prenome João, ainda está desaparecido.
As demais vítimas conseguiram fugir e chegar à zona urbana de Chupinguaia,
sendo então socorridas.
Há fartos elementos obtidos em Inquérito Policial, apontando
que Udo Whalbrink, conhecido como “Patrão”, é responsável por diretamente
comandar e dar suporte a essas ações criminosas.
Da mesma forma, fortes elementos nos autos comprovam que o
vereador Roberto Ferreira Pinto tem intenso poder de comando e fomentação
dessas invasões criminosas.
Outro investigado, apontado como importante “líder” do braço
armado da quadrilha se trata de Pedro Arrigo, vulgo “Xerife”, já investigado em
pelo menos dois inquéritos por ter disparado armas de fogo em invasões, bem
como, tido como peça-chave no comando armado dessas invasões ilegais.
Ainda assim, resta salientar que, nessa operação, foi preso
no último dia 28/02 Diorande Dias Montalvão, apontado como um dos líderes da
invasão armada na fazenda “dois pingüins”, da família “Caramello”, sendo
inclusive constatado que outros parentes do preventivado Diorande teriam vindo
de São Paulo para participar de invasões de terra em Chupinguaia. Esse
investigado, ao ser questionado sobre o motivo da invasão armada, já que havia
inclusive decisão judicial transitada em julgado proibindo nova ocupação,
chegou a afirmar aos Delegados que teriam praticado tais invasões por “teimosia
e ambição”, já que estariam “precisando da área”.
Resta salientar que essas invasões armadas ocorrem, tal como
se presenciou no dia último 20/02, na fazenda “dois pingüins”, ao total arrepio
de decisões judiciais de reintegração de posse concedidas pelo Judiciário,
decisões essas desrespeitadas de forma violenta por essa quadrilha, em total
afronta às instituições democráticas.
Com a operação Gaia I, onde se obteve fartos elementos
probatórios contra os investigados, espera a Polícia Civil, por suas ações em
Vilhena, restabelecer a ordem jurídica e desarticular um braço armado paralelo
ao Estado que, ao arrepio das nossas leis e instituições democráticas, tenta
burlar de forma violenta o direito à posse e propriedade, através de atos
criminosos que apontam para o cárcere privado, formação de quadrilha armada,
lesões corporais graves, esbulho possessório e desobediência à ordem judicial.
Acusados de invasões dão versão sobre as denúncias
Os delegados Ítalo Osvaldo Alves da Silva e Fábio Campos
concluíram há pouco o interrogatório do vereador Roberto Ferreira Pinto, de
Chupinguaia, e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vilhena e
Chupinguaia, Udo Wahlbrink. Ambos são apontados como mandantes de atos de
violência contra fazendeiros na zona rural da cidade vizinha. Além dos dois,
também foi preso Diorande Dias Montalvão, apontado como um dos executores da
“guerrilha” contra donos de terras. O agricultor Pedro Arrigo, outro acusado de
participar de ações armadas, teve a prisão decretada pela justiça, mas
conseguiu fugir. Ele é irmão do secretário municipal de Educação de Vilhena,
José Carlos Arrigo.
Roberto foi preso em casa, em Chupinguaia, e não reagiu. Em
seu depoimento, negou participação nas invasões e afirmou não conhecer nenhum
dos sem-terra envolvidos nos atos de violência. Ele alegou ter sido procurado
por trabalhadores rurais em virtude do cargo de vereador que exerce.
Já Udo, que também é presidente da Comissão Municipal de
Desenvolvimento Agrário, recebeu voz de prisão quando promovia uma reunião no
auditório da Prefeitura de Vilhena. Ela estava armado com um revólver calibre
38, mas se entregou sem reagir. O sindicalista argumentou que usa a arma para
se defender das ameaças que vem sofrendo de fazendeiros da região, incomodados
com atuação do sindicato que preside.
Tanto Roberto quanto Udo ficarão presos em celas comuns na
Cadeia Pública de Vilhena. Advogados e pessoas ligadas à Comissão Pastoral da
Terra prometem tentar conseguir Habeas Corpus para tira-los da prisão o mais
rápido possível. Fonte: rondoniagora.com
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