SEM REPRESENTATIVIDADE
O sindicalismo brasileiro está em cheque. Ontem, aqui na coluna, registramos a mudança na direção do Sindsef, com a posse do ex-deputado Daniel Pereira na presidência, ressaltando seu compromisso de colocar aquele sindicato – que representa os servidores públicos federais no estado – no enfrentamento contra a desvalorização salarial da categoria, uma marca do próprio governo Lula, que nasceu para a vida pública no seio do sindicalismo.
Também registramos a chegada a Rondônia de uma comissão de senadores, com a marcante presença do senador Ivo Cassol, para ver e debater in-loco com os parlamentares locais a questão das paralisações nas obras das hidrelétricas do rio Madeira, assunto que novamente colocou nosso estado na pauta da mídia nacional, com repercussão no exterior.
Bem, a situação das paralisações em Rondônia evidenciou a crise do sindicalismo atual com a enorme perda de sua representatividade. Quem se interessar em enxergar mais claramente o movimento das usinas, verá que a representação sindical não contou praticamente nada na eclosão do movimento. A liderança ficou a cargo dos próprios trabalhadores dos canteiros das usinas.
Esse é o reflexo de um sindicalismo ultrapassado, que aderiu ao partidarismo político e nos últimos anos serviu apenas de trampolim para projetos pessoais e partidários de composição do poder; esquecendo-se de seu papel verdadeiro de representação dos trabalhadores.
Atrelados a centrais sindicais que esqueceu dos trabalhadores e passou a ser entidades oficiosas que recebem dinheiro do governo onde seus sindicalistas têm cargos regiamente pagos.
No movimento das usinas o que se viu foram operários passando por cima da organização sindical, como se desse assim uma resposta aos sindicalistas acomodados e satisfeitos com a partidarização das entidades sindicais.
O TRAMPOLIM
Até no atual governo rondoniense há os chamados sindicalistas enrustidos abrigados em cargos muito bem remunerados. É o ápice da acomodação desse movimento que há algum tempo catapultou para a política nomes conhecidos como o do atual prefeito Roberto Sobrinho, da ex-senadora Fátima Cleide, de vários deputados e senadores que começaram no movimento sindical e hoje não têm nenhuma possibilidade de comando entre operários, servidores e qualquer tipo de trabalhador no estado.
A demonstração mais eloqüente da desconfiança dos trabalhadores com estes sindicalistas comprometidos com a trampolinagem foi a derrota de Claudir Mata. Mesmo liderando sucessivas paralisações entre os trabalhadores da Educação, sua votação como candidata a deputada estadual foi pífia.
DEU CERTO
O movimento dos trabalhadores das usinas do Madeira teve efeitos positivos. Chamou a atenção do país para o que anda ocorrendo em Rondônia e também para a situação dos próprios operários mal remunerados e tratados sem o necessário respeito pelas gigantes do mundo das empreiteiras que no Brasil sempre estão associadas ao pior da política como entidades financiadores do chamado caixa dois das campanhas.
Ora, como acreditar que alguém como o Prefeito de Porto Velho, possa realmente defender interesses dos operários quando ele é, como político, beneficiário da turva cortina por onde passam os milhões batizados de compensação? Certamente os mesmos operários que perderam a fé no Sindicato não acredita também nessas posturas demagógicas dos políticos rondonienses, principalmente aqueles que sempre aproveitaram-se da verborragia sindical para chegar no topo do poder pessoal.
CRIMINALIDADE
As estatísticas mais recentes sobre o crescimento da criminalidade em Rondônia, sobretudo no aumento do índice dos homicídios, está preocupando o presidente da seccional da OAB, advogado Hélio Vieira, para quem é necessário uma cobrança ao governo estadual, no sentido de adotar medidas mais efetivas de combate ao crime, não só na capital mas também no interior.
Hélio Vieira acha que esse é um tema cada vez mais recorrente para os conselheiros da OAB-RO que poderão decidir sobre medidas a serem cobradas do governo estadual numa de suas próximas reuniões. Até o ajuizamento de uma ação Civil Pública ao Ministério Público pedindo reforço no policiamento preventivo pode acontecer, principalmente nas regiões onde hoje a sociedade está menos protegida e também para coibir a modalidade de roubos e assaltos crescentes, como a tal “saidinha” dos bancos.
CONVITE DO MP
Recebi ontem o convite do Ministério Público do Estado de Rondônia para participar da cerimônia de entrega do 1º Prêmio de Jornalismo criado com a chancela da instituição. Assinado pelo Procurador-Geral de Justiça, Ivanildo Oliveira, o convite ressalta que a entrega da láurea vai acontecer no próximo dia 18 com a presença do jornalista Marcelo Canellas, da Rede Globo que fará uma palestra com o tema “A Notícia como Princípio de Cidadania: Ministério Público e Imprensa”.
VIVÊNCIA ESQUECIDA
Porto Velho está cheia de favelas. Sem o charme das favelas conhecidas em grandes capitais, também em Porto Velho são vários os locais onde nada parece propício à vida humana com dignidade. Em áreas espremidas do bairro Mato Grosso ou nas bimbocas do Mocambo (entre muitas outras) falta moradia digna, água encanada, iluminação pública, recolhimento de lixo e segurança. Entulhos são verificados por todos os lados. Lixo e esgoto a céu aberto, vielas escuras compõem o quadro onde estão inseridas estas pessoas que resistem na zona central de Porto Velho. Nesgas desses pardieiros são facilmente localizadas até em bairros antiguíssimos como o do Areal.
A propaganda da prefeitura paga com o dinheiro do povo pinta a cidade como um lugar de alta qualidade de vida, criando verdadeiros contos da carochinha e cooptando pessoas – sabe-se lá como – a darem depoimento para promover essa lamentável gestão.
E enquanto até bairros como o Jardim Ipanema convive com ruas sem calçamento convertidas em grandes poças de lama em outras regiões próximas a igarapés (como no bairro Lagoinha) há verdadeiros lagos poluídos com crianças brincando em seu entorno, com riscos sérios à saúde.
Ali no Cai N’água, bem no centro da capital, as pessoas não tem água encanada e são obrigados a enfrentar uma situação que piora muito com esse tempo de chuva. É claro que esse povo não vai aparecer na inútil propaganda da prefeitura tentando pintar uma cidade só existente nos nossos sonhos. A prefeitura parece nem ter conhecimento da situação de abandono em que vivem estas pessoas, como grande parte dos moradores do Jardim (???) Ipanema.
NOVA ESCOLA
Estou recebendo convite para a inauguração de uma nova escola profissionalizante em Porto Velho. Sua abertura acontecerá na próxima terça-feira, na Rua Duque de Caxias, 1.301, Centro, entre a Rua Tenreiro Aranha e Marechal Deodoro. A nova escola pertencer à MSD Centro de Educação Profissional. Esse grupo já vinha atuando em Rondônia, com uma unidade em Cacoal. De acordo com João Faria, um dos diretores da MSD, o grupo pretende abrir ainda este ano mais duas escolas no estado. Na unidade de Porto Velho serão ministrados cursos de Assistente Administrativo, Secretariado, Vendas, Telemarketing, Operador de Caixa, Publicidade e Propaganda, Assistência Técnica em Computadores e Rede, Projetos de Engenharia em AutoCAD, Operador de Escavadeira Hidráulica, Operador de Pá Carregadeira, Operador de Empilhadeira, Solda, IRLA, Cabista, Eletricista Residencial e Industrial, Mecânica de Motos, Mecânica em Motor Diesel Operador de Computador, Web Designer, Designer Gráfico, Turismo e Hotelaria e Curso Preparatório para o ENEM.
A BORLA DE LULA
Você talvez nunca tenha ouvido falar daquilo que o Lula botou na cabeça lá na Universidade de Coimbra, em Portugal. Borla, aquela espécie de chapéu que Lula usou na cerimônia da Universidade de Coimbra, em Portugal, quando recebeu o título de doutor honoris causa, tem dois significados nos dicionários. O primeiro é mesmo de um adorno pendente feito de fios de lã ou seda, barrete doutoral e que representa “grande sabedoria”. O segundo é que, com origem em burla, significa, popularmente, “prazer ou vantagem que se obtém sem pagar”. Segundo outra fonte, a origem poderia ser burrula (latim), um diminutivo de “burra, frivolidade”. Há até uma versão náutica: borla significaria “rodela no topo dos paus de bandeiras e dos mastaréus”.
E NINGUÉM FALA NADA
Na porta de entrada do Banco do Brasil há um tipo de balcão com duas moças oferecendo “crédito consignado” para servidores do estado. E quando você pode descobrir o excelente negócio que o governo deu à família do Batista, o camarada sem nenhum conhecimento do setor de saúde e que, mesmo assim, virou sub-secretário de estado da Saúde, uma coisa assim do tipo de pai para filho.
Pois é, você talvez imaginava que iria negociar com tal empréstimo (ou crédito) consignado com o Banco do Brasil e acaba descobrindo que antes dependerá da empresa (ou arapuca) criada para intermediar essa transação do servidor com o BB onde, é claro, a família do Batista (consta que a firma, criada há menos de 100 dias, está no nome de sua mulher) ganha uma porcentagem da bufunfa.
A coluna denunciou essa pouca vergonha recentemente, mas todo mundo do governo e das instituições fingiram que não era com eles. Todo mundo está caladinho enquanto o esquema vai sugando milhares de reais. Não é possível que o probo governador rondoniense vai aceitar a manutenção desse verdadeira trambique por muito mais tempo. Afinal, o Banco Central permite qualquer empresa sem eira e nem beira atuar no mercado financeiro como está acontecendo agora, dentro de um agência do Banco do Brasil? A mim esse negócio cheira a uma tremenda calhordice. E-mail: getaco@gmail.com
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