quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Plebiscito entre Nova Brasilândia e São Miguel é inevitável

Prefeito de São Miguel do Guaporé, Ângelo Fenali (PV), disse que irá recorrer ao Supremo Tribunal para reverter a situação, vereador desabafa com descaso de Valter Araújo
A última reunião marcada pela comissão de deputados estaduais, que trata sobre o impasse na região da Zona da Mata, divisa dos municípios de São Miguel do Guaporé e Nova Brasilândia, que deveria ser para a suspensão temporária do plebiscito marcado para o próximo domingo 13/12, frustrou os planos dos vereadores e prefeito de S. Miguel do Guaporé, que saíram do longínquo município na certeza que os deputados conseguiriam o desejado, uma vez que a maioria da comissão concordava com a suspensão, com exceção do deputado Valter Araújo (PTB).

Durante a sessão que foi realizada nesta terça-feira 08/12, no plenarinho da Assembléia Legislativa, Valter Araújo apresentou suas justificativas em relação ao litígio e disse que quando assumiu a responsabilidade de cuidar desse processo, não sabia dessa divergência entre os dois municípios e que o foco principal seria a questão de Extrema, divisa com o estado do Acre.

Para o deputado Maurão de Carvalho (PP), o nobre colega usou de esperteza quando em surdina tramitou todo o processo sem que as partes fossem ouvidas, e como o presidente da comissão na época era o deputado hoje cassado, Valdivino Tucura (PRP), que nunca convocou nenhuma reunião, momento em que Valter Araújo tomou conta da situação, e para atender seu reduto eleitoral cuidou rapidamente em colocar a disposição de Nova Brasilândia uma das principais áreas produtivas do município de São Miguel do Guaporé.

O deputado Luizinho Goebel (PV), que também faz parte da comissão bem que tentou através de um requerimento a suspensão do plebiscito, até que houvesse um acordo entre os prefeitos dos dois municípios. Mais articulado e gozando do privilégio de ter saído na frente, Valter Araújo acabou com as esperanças dos políticos de São Miguel.

DESABAFO
Estavam presentes na reunião, além dos prefeitos Silas Borges (PSB) de Nova Brasilândia e Ângelo Fenali (PV) de São Miguel, os vereadores de São Miguel, Zilo Soares da Silva (DEM), Antônio Aparecido Correia (PDT), Adilsom Moreira dos Santos, Neno (DEM) e o vereador Let (PT), que sempre acompanharam o prefeito na solução para esse impasse. Ao perceber que não havia mais o que ser feito o deputado Luizinho Goebel retirou o requerimento para evitar problemas jurídicos no futuro, dando um ponto final a reunião. Quebrando o protocolo o vereador Adilson pediu a palavra e bastante decepcionado ironizou “parabéns deputado Valter Araújo, desse jeito vai acabar sendo o governador, hoje sabemos quem manda na Assembléia Legislativa, o senhor está bastante poderoso nessa casa”. O vereador lamentou a decisão final que arranca a melhor parte produtiva da zona rural de São Miguel e entrega a Nova Brasilândia, uma vez que o plebiscito já está praticamente definido, considerando que o maior número de eleitores estão na parte que São Miguel faz questão de ceder a Nova Brasilândia, por se tratar de uma região geograficamente falando inviável para o município manter. "O Valter Araújo fez pouco caso de São Miguel por pura questão política", afirmou vereador Adilson da Eletrônica.

Ao final, com o apoio da maioria absoluta dos deputados que fazem parte da comissão, Ângelo Fenali disse que irá recorrer ao Supremo Tribunal para desmembrar as três linhas que o município pretende manter em seu território “estamos passando 10 linhas de nosso município a Nova Brasilândia, é injusto nas tomarem a parte que sempre cuidamos e faz parte de nossa economia” enfatizou o prefeito.

No próximo domingo 13/12 deverá acontecer o plebiscito, todos os eleitores aptos a votarem dos dois municípios poderão ir as urnas darem seu voto de opinião. As sessões serão as mesmas utilizadas nas eleições anteriores.

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