quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

****** O preço da mordomia ******

Enquanto milhares de pessoas estão desabrigadas, sem, alimento e sem água em Santas Catarina, precisando de todo tipo de ajuda e solidariedade, a mesa diretora da Câmara Federal anuncia gasto de R$ 29 milhões nas obras de reforma de apartamentos funcionais para deputados. Após ganharem itens como banheiras de hidromassagem e trituradores de alimentos, os imóveis agora devem receber mesa de jantar, aparelho de bufê e mesa para copa. O preço estimado no edital é de R$ 15 mil por apartamento. A compra dos novos móveis vai ser feita por pregão eletrônico, em que vence a empresa habilitada que oferecer o menor preço. Na verdade, o gasto previsto com reforma e compra de imóveis é de R$ 40 milhões.
O edital prevê a compra de itens como cadeiras de jantar em madeira maciça nas opções ipê, freijó ou cedrinho, com tingimento em padrão imbuia. Sobre a mesa da copa, a exigência é de que a base seja em "alumínio ou aço inoxidável na cor natural, com coluna central tubular, de diâmetro de 10cm, e quatro patas ortogonais entre si, inscritíveis em uma circunferência imaginária de 80cm de diâmetro". O topo da mesa deve ter "uma chapa do material escolhido de 40cm de diâmetro ou mais ou, alternativamente, uma cruzeta com arestas aparadas, para fixação do tampo com parafusos". Ainda há a observação de que "modelo não pode ter base cromada".
As reformas incluem troca dos revestimentos interno e externo, substituição de esquadrias de ferro por alumínio, implantação do sistema de aquecimento solar e trocas do encanamento e do sistema elétrico. Os prédios também ganharão elevadores novos. A intenção é aumentar a taxa de ocupação dos imóveis e economizar com o pagamento de auxílio-moradia (R$ 3 mil por parlamentar). Dos 288 imóveis funcionais em condições de uso, 243 (84,4%) estão ocupados. A Câmara dispõe de um total de 432 apartamentos funcionais destinados a atender os 513 deputados. Desses, no entanto, 207 estão atualmente desocupados por falta de condições de uso. Se a manutenção tivesse sido feita com regularidade, o gasto com esses imóveis seria muito menor. Como isso não ocorreu, eles chegaram a um ponto de deteriorização em que é preciso praticamente reconstruí-los.

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