quarta-feira, 9 de julho de 2008

Internet pode ser um trunfo e outras notas

A Internet é algo que vem despertando a atenção em estudiosos de inúmeros campos do conhecimento humano, haja vista a diversidade de aspectos ligados à tecnologia, sociologia, comportamento, regulamentação legal, econômicos e também políticos encontrados no seu bojo. O Brasil registra até a presente data quase 20 milhões de pessoas com acesso à rede, contingente que nos coloca entre os 11 maiores países do mundo em quantidade de usuários, segundo pesquisa global divulgada pela BBC Brasil. Somente entre janeiro de 2007 e janeiro de 2008, nosso país registrou um aumento de 18% no número de internautas, crescendo acima da taxa média anual dos outros países que é de 10% ao ano.

Considerando que o número de eleitores no Brasil está beirando os 130 milhões e também que no quantitativo geral de internautas estão incluídas pessoas que não são eleitores, poderíamos estimar entre 10 e 15% os votantes usuários da grande rede mundial de computadores, neste próximo pleito de 2008. Dependendo da região onde estiver sendo desenvolvida a campanha, este percentual pode variar para mais ou para menos, consoante aspectos de renda, perfil urbano ou rural, características demográficas e psico-sociais. Não considerar esse enorme contingente nas estratégias eleitorais de campanha, esquecendo de desenvolver ações direcionadas para esses públicos, não se constitui somente num grave erro – pode ser um tiro no pé para aqueles que almejam a conquista de um mandato.

Em cidades de médio e grande porte, especialmente nas capitais, executar uma boa campanha pela Internet com linguagem específica e mensagens segmentadas aos diferentes públicos que devem ser atingidos e trabalhados, é fundamental para que se tenha agilidade e interatividade, sem contar que os custos para a utilização desta importante ferramenta são infinitamente menores do que todos os outros itens que poderão ser utilizados para a abordagem do eleitor. Nos últimos anos a Justiça Eleitoral vem aperfeiçoando seguidamente os seus mecanismos de controle na questão da restrição ao abuso do poder econômico em campanhas, tornando – pelo menos em tese - os pleitos mais baratos e onsequentemente buscando avançar na isonomia em relação aos recursos empregados pelos candidatos.

Agora pode

A partir desta semana, partidos, coligações e candidatos já podem começar a fazer campanha eleitoral. Mas a propaganda gratuita no rádio, porque emissoras de televisão não tem por essas bandas do Guaporé, somente a partir do mês de agosto.

Reta

Pelo que andei ouvindo de alguns candidatos, esse ano não deve ser diferente. Por enquanto, não se verá muita movimentação política, embora os candidatos vão pedir votos à vontade. A maioria, entretanto, vai ganhar o fôlego financeiro para a reta final da campanha.

Avanço

Ao proibir brindes, uso de out-doors, showmícios e outros itens que eram motivo de desequilíbrio a Justiça Eleitoral deu um enorme passo para equilibrar ainda mais as disputas eleitorais naquilo que se refere a gastos.

Equilíbrio

As mudanças proporcionaram mais equilíbrio entre os candidatos. Assim, partidos abastados não mais poderão usar e abusar do poderio econômico para tirar vantagem sobre aos de menor poder aquisitivo.

Mácula

Mas esses reconhecidos avanços poderiam ser maculados por algo que considero um retrocesso, caso a Justiça Eleitoral crie restrição aos candidatos a cargos eletivos na utilização plena da internet.

Resolução

O artigo 18, da Resolução 22.718, diz o seguinte: "A propaganda eleitoral na Internet somente será permitida na página do candidato destinada exclusivamente à campanha eleitoral”.

Dubiedade

Essa medida, de interpretação dúbia, foi avaliada inicialmente como se a justiça estivesse limitando as diversas possibilidades de interação, na campanha eleitoral - entre os candidatos e os eleitores - a somente um site de terminação can.br.

Internet

A propaganda eleitoral pela Internet está liberada. Os candidatos podem fazer campanha em suas páginas pessoais. A medida foi tomada porque, entre outros motivos, a legislação para a Internet ainda não está completamente regulamentada.

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