Dizia Karl Marx, pai da doutrina comunista, que a História acontece como tragédia e se repete como farsa. No tempo do presidente Sarney, a Polícia foi para os pastos, comandada pelo xerife Romeu Tuma, para laçar bois gordos. Vinte anos depois, o ministro Carlos Minc quer prender os bois piratas da Amazônia.
Tudo bem: Sarney é importante conselheiro do presidente Lula. Romeu Tuma virou senador e faz parte da bancada de Lula. O filho de Romeu Tuma, o Júnior, ocupa a importante Secretaria Nacional da Justiça. Tem aquela PM do Recife, que prendeu o jogador do Botafogo. A equipe está formada. Bois piratas, tremei!
Na Amazônia, existem cerca de 40 milhões de bois. Metade, provavelmente, é pirata – pasta em terras ilegalmente desmatadas. Temos, portanto, 20 milhões de bois a capturar. Nada mais simples: para embarcar mil bois, bastam cinco vaqueiros a cavalo. Para embarcar 20 milhões de bois, cem mil vaqueiros, com cem mil cavalos. Um caminhão boiadeiro dos grandes, trucado, leva 18 bois. Portanto, com pouco mais de um milhão e cem mil caminhões, mais um milhão e cem mil motoristas, a frota estará pronta para o transporte.
Cada caminhão tem 18 metros de comprimento. A fila de caminhões ocupará algo como 20 mil quilômetros. E, se resolverem algemar os bois, em benefício das imagens de TV, não se pode esquecer que cada boi levará duas algemas.
Marx estava errado. No Brasil, a história acontece como farsa e se repete como bobagem. Ou acontece e se repete do mesmo jeito, como uma trágica farsa.
Carlos Brickmann
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