Nós, simples mortais - como pobres, negros, prostitutas, sem-terras, sem-teto, e, excluídos em geral – integrantes de uma casta massacrada, na sociedade brasileira, já sentimos algum dia a diferença do tratamento atribuído pelos dispositivos de segurança - e da própria justiça. Quantas vezes, por um causa de um único pão ou pacote de leite roubado numa padaria, para matar a fome de um filho, brasileiros não levaram peia e cadeia?
Temos, caro leitor, o couro curtido. Sabemos que ao político, mesmo flagrado com milhões na cueca em algum aeroporto, ou usando “laranjas” para desviar recurso públicos, acabarão geralmente soltos e impunes. Belos e formosos sairão nas colunas sociais dos jornais. De avião ou com suas caminhonetes vistosas, continuarão a fazer política Brasil afora.
Da idade média para cá, como se vê, os mecanismos de segurança tem sido aperfeiçoados para conter as revoltas sociais motivadas pelas injustiças e exclusão. O arcabouço de leis é montado no Congresso Nacional, para aliviar a vida dos políticos. Aqueles Duques, Viscondes, Barões, que como sanguessugas, tomavam a colheita de cereais de nossos antepassados - as vezes também mulheres e filhas - apenas mudaram de denominações para os tempos atuais e, continuam a nos sugar, como os políticos que metem a mão nos cofres públicos.
Infelizmente, como na Índia, temos castas definidas neste país. A mais elevada é a dos políticos, que com suas leis engessam o Judiciário. As leis são criadas para defender causas pessoais e particulares, sob medida para salvarem o próprio couro. Recentemente o movimento “Transparência Brasil”, demonstrou com estatísticas os números de processos que rolam contra deputados estaduais nas assembléias legislativa e contra os deputados federais e senadores no Congresso Nacional. Trata-se de alguma coisa assombrosa. O que era para ser ambientes destinados a justiça social, são verdadeiros covis. Muitos ladrões e vigaristas de toda espécie estão fazendo as leis nos estados e em Brasília, acobertados pelas urnas.
Com as leis sob medida para serem beneficiados, os criminosos aninhados nos Legislativos, mesmo quando condenados, conseguem procrastinar durante anos as suas condenações. E a maioria deles acaba cumprindo vários mandatos, até a pena prescrever. Até quando, nós, sofridos aldeões, vamos suportar tudo isso?
Autor: Carlos Sperança – csperanca@enter-net.com.br
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