Esse novo escândalo no (des) governo Lula da Silva nos faz relembrar a história do cara que flagrou a mulher com outro no sofá da sala e, em vez de mandar a traidora embora junto com o “Ricardão”, preferiu queimar o móvel e continuou morando com a amada. O governo, em vez de apurar as denúncias de uso indevido dos cartões corporativos por parte de ministros, assessores e até alguns funcionários comuns, prefere anunciar o fim do uso dos cartões, que cartões foram criados para facilitar as ações de governo, muitas vezes prejudicadas pelo excesso de burocracia. Mas talvez espelhados no próprio presidente, ministros e assessores resolveram usar e abusar dos cartões para bancar suas vaidades pessoais, num verdadeiro ato de desrespeito à coisa pública.
Ao ser flagrado com a mão na botija, o governo resolveu adotar o ataque como defesa. Lula mandou os aliados defenderem uma CPI para investigar o uso dos cartões nos últimos 10 anos numa desesperada tentativa de botar os tucanos no mesmo barco. Embora os cartões tenham sido criados em 98, os gastos se multiplicaram a partir de 2003, quando foi permitido o saque em dinheiro. Nessa época, a Presidência gastou R$ 8,4 milhões. No ano passado, o valor saltou para R$ 16 milhões. As despesas da União pularam de R$ 3,5 milhões em 2002 para R$ 75,6 milhões em 2007. Ou seja, os tucanos gastaram muito, não há como negar, mas nem de longe podem ser comparados aos petistas. A primeira a ser flagrada foi a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Ela foi intimidada a pedir demissão, nesta sexta-feira de carnaval e entrou no bloco dos sujos.
O desvio de dinheiro por meio dos cartões criou um desconforto tão grande no governo que ninguém entende mais o enredo do samba. Na quarta-feira, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, com aquela cara de quem manda mais do que Lula, aparece na televisão e defende a extinção ou mudança no uso. O cartão repito, é útil e agiliza as ações de governo, mas tem que ser usado por gente decente, jamais por pessoas desonestas e que não sabem fazer a diferença do público com o privado. A farra foi tão grande que não duvidem se alguém resolver abrir o jogo e confessar ter usado o cartão para pagar programas com prostitutas de luxo. Até a ministra da Casa Civil precisa ser investigada. Ela é muito arrogante e prepotente, dois grandes defeitos que escondem outros, entre estes a desonestidade. Todo arrogante é, por natureza, traumatizado e desonesto. Da forma com que o governo está reagindo deixa claro, para Lula a culpa é dos cartões, não das mãos sujas que os manuseiam.
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